Conforme escrevi no último post, esse fim de semana nso vimos obrigados a fazer um deslocamento de emergência até uma cidade vizinha de Chapecó, coincidentemente minha terra natal, Caxambu do Sul. Devo confessar que a nostalgia é inevitável quando você chega na terrinha e observa alguns locais que marcaram sua infância. Bons tempos! Mas foi só começar a tomar as primeiras "golejadas" do precioso líquido, que a nostalgia foi dando lugar à canalhice: "nobre colega, vamos ao mati-baile que já estamos atrasados!".
Chegando ao referido evento, tudo estava procedendo dentro da maior naturalidade. Cerveja, amigos, parentes (vários), e muita coisa a ser observada. Quando eu e outro canalha dávamos a primeira "vortiada" no salão, uma nobre jovem veio ao nosso encontro, se abrindo mais que gaita velha (ou melhor, sorrindo). Como não conhecia, meu amigo passou o report: "essa é uma guria que eu ficava e que foi embora pra Curitiba, agora voltou pra cá". Muito bem, informação é tudo nessa vida moderna. Conversa vai, conversa vêm, e o bolinho estava formado. Eu ali, que conhecia meu amigo. Ele bem interessado em apedrejar a moça. A prima dele interessada em ficar com os pia da cidade. Nesse instante meu amigo foi pegar uma cerveja, e logo comecei a trocar uma idéia com a jovem, a qual se mostrou bastante receptiva. Durante esse papo, surge o tema do post...
O começo de prosa foi bem amistoso. Ao mesmo tempo que disse quem eu era, fiquei sabendo que ela era formada em engenharia ambiental e a pouco tinha voltado de Curitiba, onde estudava. Lá conheceu seu atual namorado, que no momento morava em alguma cidade do Paraná que meu firewall de coisas relevantes não me permite lembrar. Nesse começo de conversa ela procurou enfatizar com todas as letras que era independente, e que após sair da casa dos pais no interior, havia conquistado sua autonomia. Tudo bem, se ela disse, um bom canalha jamais contradiz.
Meu amigo voltou, mas continuamos conversando. Analisando os fatos ao nosso redor, foi impossívelnão comentar: "nossa, todo mundo tá olhando pra nós". E isso meu amigo, é fato! Quando você sai de um local e volta depois de um tempo, o "efeito migratório" é inevitável. Como todos naquela roda eram da cidade e acabaram desbravando novos horizontes, ao voltar, inevitavelmente chamaram a atenção. E não é apenas pela beleza (da jovem no caso) ou qualquer outro fator relacionado ao instinto. É pela pura curiosidade. De conterrâneos somos elevados (ou rebaixados, dependendo do ponto de vista) a estranhos no ninho. O porque? Vamos aos fatos!
É bastante simples. Como diria o filósofo, não há nada de permanente, a não ser a mudança. Somos seres que sempre buscam o novo, o algo mais. A partir do momento que você sai e vai descobrindo coisas novas, vai buscando novas experiências, involuntariamente você muda. E quando volta às origens, imperceptivelmente acaba provocando reações adversas àqueles que não tiverem a audácia ou oportunidade de dar um passo adiante. Alguém tem culpa disso? Não! Mas com certeza os pontos de vista de cada um vão ficando cada vez mais divergentes.
De um lado, quem vêm de fora chama a atenção. Sim, os guris pagam pau para a gata que estudava fora. Ao mesmo tempo, as donzelas do interior não conseguem disfarçar o interesse pelo cara diferente que pintou na cidade. E aí que alguns problemas podem ocorrer. Na visão dos guris do interior, somos os "malas playboizinhos da cidade" que estão ali única e exclusivamente para roubar suas namoradas (lembro a muito tempo atrás, a cada festa que íamos, era um projeto de briga, visto que as meninas da cidade eram "propriedade" da gurizada de lá).
Na visão das meninas, aquela jovem é uma pervertida inverterada que destonou dos padrões tradicionais da família e saiu de casa, e agora volta toda "pomposa" para se "fresquear" para os guris. Sim, uma visão até certo ponto extremista, mas que relata bem as percepções que tenho quando vou a estes lugares. Pra resumir, é divertido.
Só sei que quando meu amigo foi deixar a moça em casa, escutei um grito enfurecido vindo de dentro da casa dela: "fulana, você viu que horas são? Entra logo pra dentro de casa que tá tarde!". Subitamente ela se despediu com um ar aflito de quem pensa: "ops, me lasquei". Pensei comigo: "muito bem jovem autônoma e independente!". è isso aí, a pessoa sai do mato, mas o mato não sai da pessoa! Por mais que o efeito migratório ocorra, as raízes permanecem!
terça-feira, 6 de julho de 2010
Efeito Migratório
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