quarta-feira, 30 de junho de 2010

Espírito Barrageiro

     Nessas andanças pelo mundão afora, muitas vezes um canalha pára a fim de refletir sobre algumas coisas. Quando ele encontra outro canalha disposto a trocar uma idéia então, nem se fala. Conversando com um parceiro meu, a cada 5 minutos surge o tema de um post. Portanto já vou avisando: nas férias vai ter muito conteúdo para ser escrito... com certeza serão sábias palavras!



     Mas o post de hoje não teve origem nas prozas com esse meu amigo. Teve origem em conversas com uma jovem. Sim, por incrível que pareça as vezes elas também são uma fonte de inspiração para reflexões, e não apenas para reflexos, se é que vocês me entendem. O papo cabeça começou exatamente quando ela me contou que estava na casa de alguns amigos e chegaram umas "barrageiras"...

     Pra início de conversa, vamos definir o que exatamente significa o adjetivo "barrageira": normalmente isso seria atribuído aos valentes trabalhadores de usinas hidrelétricas, que com muito suor fazem com que a energia chegue até nossos lares. Mas como no velho oeste não tem perdão, esse termo virou sinônimo de mulher um pouco mais "dada" que frequenta com uma certa assiduidade a margem da barragem, tomando Velho Barreiro com coca, escutando Créw, e rebolando em cima de uma pampa. Em poucas palavras, "uma loca que gosta de fervo loco, que gosta de bufar, tá ligado?". Opa, quase escapou meu lado "barrageiro" nesse momento do post.

     Definido o termo, a discussão que se seguiu com a jovem foi que as referidas barrageiras que chegaram até o recinto eram as piores do baralho. Como um bom e velho canalha, defendi a classe feminina. Antes de chutar o balde com a personalidade das moças, vamos a uma análise um pouco mais aprofundada. Será mesmo que eram tão "barrageiras" mesmo? Pois como conheço as referidas, achei uma certa dose de veneno nas palavras da moça. Sim, não são as melhores, mas estão longe de ser as piores. Isso é fato! Logo na sequência descobri que as tais "barrageiras" eram na verdade potenciais concorrentes, visto que os guris que acompanhavam as donzelas já haviam tido um "affair" com as moças da beira do lago artificial.

     É lógico que a filosofia canalha entrou em cena. Após entender o contexto, e ver que mais era preconceito do que qualquer outra coisa, apresentei meu ponto de vista: "nobres canalhas do meu coração, todos temos espírito barrageiro, se este for o caso. Uns com maior, outros com menor intensidade. Todos, em algum momento, desejamos sair da casinha e extrapolar. Desde um velho barrigudo dançando YMCA em uma formatura, até a mais comedida das gatas após estar um pouco bêbada em um recinto mais reservado, fato! E digo mais! Geralmente quem vêm de falso moralismo pra cima de mim, pode ter certeza que tem um forte espírito barrageiro reprimido no seu íntimo.

     Afirmo isso porque não foram nem uma nem duas vezes que escutei coisas do tipo: "olhe que fiasquentas essas vagabundas", "meu que pervas", "ela é louca de ficar com esse guri, que nojo", "vamos sair de perto dessas vagabundas que ficam rebolando no meio da festa", "nossa, que vadia subir em cima do palco e dançar funk", e algum tempo depois estavam fazendo igual, ou então muito pior. Aí vem a pergunta: o que é pior? Controlar o espírito barrageiro e as vezes deixar fluir, ou reprimí-lo até não aguentar mais, chutando o balde com todo o leite dentro? Confesso que a primeira situação é muito mais aceitável que a segunda, porque os resultados podem ser catastróficos (resumindo, vira uma várzea do tamanho do Rio Grande).

     Por mais que não concordem comigo, a psicologia é clara, e aprendi isso no pôker: força é sinal de fraqueza, e fraqueza é sinal de força. Exatamente isso. Quando alguém expõe seu ponto de vista com muita veemência, pode ter certeza que é exatamente ali que está sua fraqueza, seu medo ou sua frustração. Já quando a pessoa pondera sobre os fatos, então tenha claro em mente que ela sabe exatamente o que pensar sobre determinado assunto. Mas enfim, deixando de lado essas baboseiras, que normalmente de conversas de boteco viram teses de doutorado, devo admitir que sem o "espírito barrageiro" nós não viveríamos felizes. E pior ainda... provavelmente surtaríamos, ficando loucos nessa rotina angustiante do cotidiano.

     Pra finalizar minha gente, fica a dica: para as jovens, não tenham uma visão preconceituosa dos fatos. Analisem tudo com cautela e muito bom humor. Lembre-se que uma cusparada pra cima pode cair bem no meio da tua cara. Para os canalhas, bem, para os canalhas é simples: aprenda a fazer as jovens despertar o espírito barrageiro que tem dentro delas! É uma bença!

Um comentário:

Zibiluka, James. disse...

Isso ai meu amigo canalha!...
meninas, o importante é sempre um coisa,...o divertimento...e vamos ser sinceros, alguem aki ja viu uma "barrageira" triste??..
se viu eh pq tinha acabado o velho barreiro ou queimado o som....