quinta-feira, 7 de maio de 2009

Se Tornar Canalha Solteiro, só se for com dinheiro!

      Lá estava eu pelas minhas andanças noturnas, quando me deparo com um amigo que de longa data não via por aí nos "borbuiamento". Surpreso e até feliz, visto que degustava solito uma "longs néti", comprimentei e já desferi a pergunta: "o seu canalha, o que que tu tá fazendo no posto uma hora dessas?". E ele todo empolgado: "a meu, me enchi o saco e larguei da muié!". Até tentei entrar nos detalhes de como havia procedido a peleia, mas para não parecer o psicólogo, deixei o assunto ir para o tradicional: onde seria a balada, carro, trago e mulheres (solteiras).
      Após algumas biritas, ele todo empolgado me convidou para uma festa em plena noite de quinta-feira, dizendo que era o dia de chutar o balde, "nem que guíte!". Eu, já acostumado com as andanças da vida noturna, sabia que a festa não daria lá grandes coisas, mas para fechar a parceria, rumei com o indivíduo, aqui denominado Canalha Papai (sim, solteiro e pai de família), para o grandioso evento.



      Pra falar a verdade, no fim das contas aquela festa deu muito boa. Cerveja Budweiser a 2 pila (provavelmente contrabandiada da Argentina), bastante gente, e meu amigo Canalha Papai rasgando dinheiro pra ver se impressionava a mulherada. Após algum tempo encontramos mais alguns amigos e, como tinha que pular cedo na sexta, acabei indo pra base dar uma boa sestiada. Querido que sou, dei carona para uma amiga minha de longa data que também estava com sono. O Canalha Papai, já com 80% de álcool no sangue, dançava e agitava como se fosse a última noite da sua vida.
      No domingo seguinte, coincidência ou não, encontrei novamente o Canalha dando umas bandas pela city. Todo empolgado parou e me contou as proezas: "me pia, quinta amanhecemo na festa, sexta já emendamo pra um fervo muito forte em Pinhalzinho, e ontem quase fechamo o Premier. Mexaria, também, gastei uns 800 conto!". E enquanto falava pude perceber que novamente o balaço tomava conta do indivíduo, que já pensava em prolongar a noite em qualquer local, mesmo sabendo que o domingo não é um dia propício para festa (todo mundo "no fim das pilha" vai cedo pra sua humilde morada).
      Além deste relato, posso citar ínumeros casos, que não conseguiria contar nem com meus dedos dos pés e das mãos, de Canalhas Relâmpago, que acabaram com as namoradas, saíram feito loucos jurando de pés juntos: "não vou voltar para aquela louca", e algum tempo depois (no máximo um ou dois meses), voltaram feito cachorrinhos que caíram da mudança, sedentos por uma coleira. Não me excluo da própria crítica, visto que também voltei com ex-namorada, mas não devido ao motivo que leva a grande maioria a "roer a corda", o aperto na guaiaca.
      O complicado é que o cara acaba o namoro, cai na canalhice e não consegue parar em casa. Ao ver 3 carros estacionados em um local, para afim de ver se não é uma balada. Faz tudo que é economia para torrar em fervo, não suporta o fato de perder uma confraternização. Já para um canalha solteiro convictus de factus, a situação é bem mais tranquila. Se ele tiver que ficar um fim de semana em casa devido ás restrições orçamentárias, sem problemas. A partir do momento que o ex-comprometido entende isso meus amigos, aí sim ele passou da fase de pensar em voltar, passando de pseudo-canalhus mirins para canalhus-definitivus, escolhendo quando iniciar um novo processo de ex-canalhamento (namoro). Mas poucos conseguem chegar a essa fase (e esses sim eu conto nos dedos).
      A questão é que se o cara acabar o namoro só porque vê os demais canalhas fazendo festa, e este fica louquinho de vontade e chuta o balde, provavelmente o fim do relacionamento é apenas uma fraude. O Canalha sai bem louco, procurando festa como cachorro que fugiu da coleira, ignorando a contabilidade, extrapolando os limites físicos e mentais, sempre com a idéia fixa: não tem pare, vamos fazer festa! Legal, tudo muito bonito, mas chega um momento que o nobre Canalha percebe que as oncinhas vão parando de arranhar a carteira, e junto com esse detalhe vem um aperto no lado esquerdo do peito ao ver ou ficar sabendo que a ex-patroa está por aí nas badaladas, possivelmente sendo alvo de pedrada de inúmeros outros canalhas.
     Tanto que no último fim de semana encontrei Canalha Papai em um agito por aí, e logo perguntei: "dai bicho véio, muitos fervo?". Um tanto quanto constrangido, silêncio momentâneo, ele exclamou: "Dêeeeee pia, to ali dentro com a muié!". Nem preciso comentar muita coisa né? Por isso que eu digo, se você quer acabar meu caro canalha, acabe por perceber que a relação não vai dar certo, consciente de que a vida de solteiro não é só festa (apesar de que grande parte dela é), e de que sua ex-tchutchuca não é sua propriedade e também merece ser feliz.


PS: Ver um amigo que caiu na Canalhice chegar em uma balada de mão pegada com sua ex é algo que surpreende. Reação dos amigos: Dêeeeeeeeeee! Ou: Não acredito! E o mais engraçadinho: Que bençaaaa! Enquanto o cara passa pelo bolinho todo sem jeito.


4 comentários:

Anônimo disse...

dêêêeeeeeeeeeeeee
hauahauauahuhuaha

muito bom!

Leandro disse...

é amigo... estamos numa fase canalhus-definitivus, acho que isso é uma bença.... ou não né ahshuashasuhaua.... abraço!!!

Anônimo disse...

é zeh... acontece!

Anônimo disse...

meeein zéh tu é um canalhus-definitivus!