segunda-feira, 11 de maio de 2009

Como Cortar o Barato de um Canalha

     É bem sabido que a vida de um ser humano não é feita somente de alegrias. Partindo desse pressuposto, e de que um canalha é um ser humano (ou pelo menos aparenta ser), existem certas coisas/situações que deixam um canalha um pouco menos humorado que o natural.


     Dentre estes fatos, resolvi escrever sobre algo que ocorreu com a minha pessoa nesse fim de semana, seguido de outros que aconteceram nos últimos tempos comigo ou com conhecidos e que, acredite ou não, todo bom canalha passa por cima. Vamos aos fatos...

     Sexta a noite, o nobre canalha aqui sai da aula de pós-graduação (sim, o canalha esperto também estuda), e ruma em direção ao já famigerado posto de combustível. Não que sejamos apaixonados por posto, mas é um bom ponto de encontro devido ao estacionamento farto e a "lojinha de convivência". Como de costume, os demais canalhas também rondavam o local, e em questão de minutos o bolinho pré-balada estava formado. Poucas alternativas na noite resolvemos migrar para uma bodega entitulada 14 Bis, que prometia uma dupla sertaneja que já foi até para o Raul Gil (nossaaaaaaa!). Os cara se chamam Jonas e Rodrigo, e depois fui descobrir que o tal do Rodrigo estudou comigo no longíncuo segundo grau (era cabeludo, fingia que tocava violão, enfim, quem te viu que te vê, sendo endeusado por umas tchutchucas devido ao "efeito estou em um palco").
     Dentro da bodega tudo transcorria normalmente. Cervejas rolando, algumas conhecidas pra conversar, outras mais ao longe fitando olhares, um canalha recém solteiro apredeijando parelho...Nesse instante percebo que minha garganta estava seca, assim como minha ceva. Mais que sem pressa levo minha mão no bolso traseiro direito. Opa, aqui está a carteira. Bolso traseiro esquerdo, nada. Bolsos frontais, nada. Nova conferida e... filhaaaaa da putaaaaa! Perdi minha comanda! Fato que no momento em que percebi que havia me privado da ficha para marcar bebidas a euforia da noite foi transformada em questão de segundos. Uma tempestade de pensamentos tristes chegaram a mente, enfim, murchei bonito!
      Recomposto do susto, já ciente do garrancho que fiz, corri avisar os garçons e também a portaria, já prometendo aumentar a contribuição à igreja em caso de encontrar a tal da comanda. E não é que uma hora e pouco depois tive a feliz notícia: minha comanda lá na portaria, intacta (fora as cervejas que já havia bebido) esperando por seu dono.
      Sorriso no rosto, sempre disposto, aproveitei mais um pouco da noitada mais facero que mosca em tampa de xarope, alegre que nem gordo de camiseta nova. Mas é fato que passei uma das horas mais tristes dentro de uma balada. Reza a lenda que em caso de perda da comanda daquele local a multa é de R$900,00 reais, o que não é uma bença para o bolso. Aqui abro um parênteses: em conversa com um advogado amigo, o mesmo me falou que não somos obrigados a pagar isso, visto que não é um documento fiscal e o controle de despesas em um estabelecimento deve ser feito por eles. O máximo que pode acontecer é ser o último a sair da casa, arriscar tomar uma tunda de laço dos seguranças e tudo certo.
      Mas é claro que os garçons ficam ligados: se acharem alguém passando por rico gastando na comanda alheia logo repreendem o cara. Da mesma forma, se na hora de sair o cara dar uma de esperto e usar a comanda que achou o pessoal da portaria percebe. Inclusive até um dos garçons me contou que um Pseudo Canalhinha tentou sair após achar uma comanda e mandar pra "drento" 15 tequilas, e levou ferro. Chorou em três idiomas diferentes após ser obrigado a desembolar R$360,00 reais. E o dono original da comanda pagou apenas o que havia consumido. O barato sai caro meus amigos, sejamos honestos!
      Além do fato relatado, existem inúmeras situações que cortam o embalo de um canalha. É o popular "efeito cura-balaço". Em questão de segundos uma briga, uma "pechada no auto", um furto, ou qualquer outra coisa ligada a prejuízo nas finanças ou na integridade física fazem com que a euforia seja eliminada. No meu caso não foi diferente, mas ainda bem que no fim das contas deu tudo certo. O legal da "hora obscura" foi uma bela dama que se comoveu com minha angústia e me pagou uma cerveja, que bença! Mais uma coisa que acontece na noite!


OBS: Sim, eu realmente aumentei a contribuição à igreja no dia seguinte mesmo!

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