Nada melhor do que no inverno, escrever sobre uma peripécia ocorrida no verão. Sabe aquela propaganda que o narrador fala: "o que você vai contar para os seus netos?". Pois é, essa passagem que contarei é uma boa pedida para falar para os futuros barrigudinhos que ainda nem nasceram. O fato é que é melhor escrever e documentar, antes que o Alzheimer domine e mente e acabe impossibilitando de relatar a proeza.
O fato é que a uns dois anos atrás cinco valentes canalhas rumaram ao litoral catarinense e na pior das hipóteses, obtiveram boas histórias a serem contadas. Momentos que como diz outra propaganda, "não tem preço", desde uma parceria sem prescendentes, até uma jornada por caminhos desconhecidos em terras longínquas...
Numa bela tarde de sábado um dos canalhas iniciou uma conspiração: "que merda piazada, nós somos uns froxo mesmo, nunca reunimos a turma pra fazer alguma coisa". Outro no embalo: "É mesmo, todo mundo faz viagens e se organiza e nós com 20 anos nas costas e nada!". Nesse momento o ego de um dos rapazes ficou profundamente ferido, e este exclamou: "então vamo pra praia na virada de ano!". Nesse momento os que presenciaram este aglomero sentiram-se compromissados a aceitar, e independente da condição financeira ou estado civil, assinaram um "vo froxo" em tempo que essa gíria nem existia.
Na semana que se seguiu, o canalha autor da idéia tratou de arrumar um AP de um conhecido bem como dispôs uma bela viatura para a jornada: um possante vectra 2.2 completo, com até churrasqueira incluída (menos, menos). Como cinco canalhas se prontificaram a viajar, era o carro ideal. Tirando outros pormenores, o fato que a viagem foi marcada e não teria mais volta. Contagem regressiva para a partida, tudo certo, até que na véspera: "é piazada, o vectra já era, o que temos disponível é um poderoso Corsa Wind 1.0 me empurre na subida". Mas vocês acham que isso é notícia ruim para um canalha embalado? Em poucos minutos resolvemos a situação. Um iria de ônibus (esse que vos escreve) e depois pra voltar damos um jeito (porque voltar também).
E lá foram os canalhas a la praia. AP legal, uma quadra do mar, e cinco dias de parceria total. Contas perfeitamente divididas, assim como tarefas domésticas, enfim, logística perfeita. Graças a isso os canalhas podiam amanhecer tomando trago, emendar com um saboroso churrasco vendo o dia nascer, fingir uma dormidota e, à tarde, migrar para a praia com um isopor forrado de geladas, que bença! Na noite era engraçado. Os cinco cidadãos amontoados dentro do corsa conhecendo a noite litorânea. Mas ela também ia junto, a nobre amiga caixa de isopor, sempre transbordando de geladas. E assim os dias não passaram, voaram, com histórias marcantes que tem que ser relatadas em outros posts, pra não deixar esse muito longo (a chegada do quinto elemento na rodoviária, os delírios do canalhinha bêbado, a noitada na balada, o apartamento mal cheiroso, e por aí afora).
Como tudo que é bom dura pouco, era hora de voltar. Um dos canalhas resolveu retornar de ônibus, até porque o coitado do corsa já tava surrado que nem mulher de malandro. E os outros, bem, que trajeto. Pessoas normais levam entre 5 e 8 horas para fazer o percurso. Mas um dos canalhas anseiava por conhecer a tal da serra do rio do rastro. Tudo bem, alongaria a viagem em algumas horas. O problema é que por um erro do canalha do Google Maps, acabamos entrando por rotas alternativas, sendo apresentados a caminhos um tanto quanto tortuosos. Chegou um momento do percurso que até o asfalto acabou. Um silêncio brutal dentro do auto. Quase cinco horas de viagem e estávamos praticamente no mesmo lugar, se bobear, até mais longe. Vacas na estrada. Um atoleiro. Poxa vida, aonde estamos?
Completamente perdidos, pelo menos um alento. Conhecemos a tal da serra do corvo branco (acho que é isso). Que lugar massa pra caraio, vale a visita. Continuando o percurso, silêncio ensurdecedor. O corsa andava a 80km/h na estrada de chão, e derepente a estrada foi ficando arenosa. Estávamos próximos ao litoral. Que paiaçada! No fim das contas chegamos a tal serra, e como que por uma peça pregada pelo destino, a serração não deixou vermos nada de interessante, apenas tediosas curvas. Legal que saímos da praia as seis horas da matina, e chegamos em Chapecó por volta de duas horas da manhã, totalizando 20 horas (isso mesmo, VINTE HORAS) de um retorno que ficou pra história (inclusive com leitura de uma revista de quadrinhos bobagentos para alegrar o pessoal: então Josimar com seu membro viril e rígido como uma rocha...)!
Quantos acontecimentos, que dias inesquecíveis. É amigos, esse tipo de coisa só acontecem com canalhas que realmente dão valor a algo mais que uma parceria, uma verdadeira amizade!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Vamos a la Praia!
Marcadores:
História Engraçada,
Isso é Fato
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