Aêee Sílvio! Quem quer dinheiro? Olha auditório, olha aí três aviõezinhos de cem reais... alô Lombardi! E atenção, a pergunta valendo um milhão de reais... quem aqui amigo nunca fez algo por dinheiro? Com certeza TODO MUNDA JÀ FEZ, afinal, estamos inseridos em um sistema capitalista. Trabalhamos por dinheiro, estudamos para ganhar dinheiro, e por aí afora. Não é a toa que os programas de auditório que envolvem premiações fazem tanto sucesso... principalmente para quem? Bingo! Para quem tem menos dinheiro!
Mas o que isso tem a ver com a canalhice dos tempos modernos? Na verdade tem muita coisa. E isso que pretendo esclarecer neste post. (OBS: o blog não morreu, apenas seu autor cabalha master anda bastante ocupado e é movido apenas por comentários... se querem ler mais, fica a dica! )
Como tudo na vida, esse post também tem um motivo. Resolvi escrever a respeito do tema depois de uma boa conversa com alguns amigos. Estávamos jogando um truquinho a cinco pila (afinal se não envolver dinheiro perde a graça), quando um nobre canalha começou a reclamar: "Porra véio, não aguento mais alguns falsos amigos que eu tenho. Comem, bebem e fazem festa junto comigo e na hora de dividir os custos da brincadeira todo mundo some. No fim das contas eu organizo e ainda por cima tenho que bancar marmanjo". Depois dele introduzir o assunto me obriguei a filosofar um pouco sobre o tema.
Sim, pois no exato momento que ele contou a passagem me identifiquei. Por diversas vezes encabecei a organização de algum evento, festa ou mesmo confecção de algo, e no fim das contas acabei tendo que tirar grana do bolso para cobrir os inadimplentes. Depois de várias frustrações, decidi largar mão destas atividades. Isso apenas para citar um exemplo. Toda a vez que a turma resolve organizar alguma coisa, inevitavelmente alguém tem que ser responsável pela cobrança. Pelo histórico que teno, geralmente sou incubido de tal fato. Pelo menos ultimamente está bem melhor, todo mundo tem plena consciência de que devem, e precisam pagar.
Mas a discussão central do post não é realmente esta, pois todo mundo sabe que de negador de conta e escora o mundo tá cheio. A questão é quando envolve relacionamento. Ontem twittei a seguinte frase: "Jamais deixe que o dinheiro tenha peso na hora de estabelecer uma relação." Essa frase explica bem a mensagem que desejo transmitir ao escrever estas palavras. Sim, pois ao longo das minhas jornadas canalhas, inúmeras vezes, senão na maioria delas, vi que o dinheiro fala mais alto nas relações interpessoais.
Algumas vezes conheci pessoas na noite que estavam lá, cercadas de amigos e mulheres e no centro ele, o saudoso litro de Johnnie acompanhado dos toros vermelhos bem gelados. Naquele momento o cara era rei. No meio do bolo eu conhecia algumas pessoas, e acabava pedindo: "O meu, quem é o cara que tá pagando a bebida?". A resposta era meio genérica: "cara, esse é o fulano de tal da silva, tá pagando 3 litro de whisky hoje. Pense em um cara gente boa, parceiro pra caramba". Quando não conhecia o cara, tentava me aproximar e antes de aceitar o primeiro copo esperava para ver se realmente seria bem aceito na turma. Normalmente levado pelo álcool o cara nem percebe, e quem aparece vira amigo. Ok, se o cara se dispôs a pagar a festa, tudo bem, segue o baile e vamos festejar.
Aí em outra noitada encontrava o cara novamente. Lá estava ele com seu copo na mão e observando o movimento. Bêbado ou não, a quantidade de pessoas ao seu redor era bem menor. Algum outro amigo e talvez um cumprimento esporádico de alguma donzela. Nesse momento sempre fiz questão de chegar até o cara e no momento oportuno pagar uma rodada. Por mais que o cara dizesse que não, insistia, pois a partir do momento que fiz uma parceria para fazer festa com ele, firmei um compromisso de devolver em outra situação. A cada vez mais esquecida história de que "uma mão lava a outra". E na maioria das vezes que isso ocorreu, claramente a pessoa foi pega de surpresa.
De posse de uma amizade mais estreita, a maioria me confessou que praticamente ninguém que na noite das vacas gordas se aproveitou da situação sequer comprimenta o cara algum tempo depois. E que a atitude que eu tomei era até de estranhar de tão rara. Mas cadê os cidadãos que batiam no ombro e falavam: "tu sim é gente boa"? Posi é, são os mesmos que por trás dos ombros também falam: "fulano de tal pagou a noitada pra nós, não gastei um pila e ainda por cima peguei a gata que ele tava de olho". Agravando mais um pouco: "cara, esse loko é um mala, se acha mas é um coitado". Legal, uma punhalada pelas costas das boas.
Essa situação é corriqueira. Fico totalmente decepcionado quando vejo pessoas próximas a mim se comportar desta forma. Ao encontrarem alguém "da grana", ou alguém com um carro bacana, uma casa com piscina, e similares, babarem ovo puramente pela posição financeira do indivíduo. Sabem porque? Mágua da minha parte? Muito pelo contrário. Seria mais um sentimento de pena. Pois a pessoa do outro lado sabe muito bem quem se aproxima dela por interesse financeiro ou não. Ela não conquistou tudo aquilo deixando-se enganar por interesseiros. Ela sabe muito bem que o "puxa-saco" que bate nas costas e faz de tudo é um cara que não merece respeito algum, pois se sujeita a ser humilhado para usufruir do outro.
Pra piorar, no relacionamento afetivo é exatamente a mesma coisa. Se um cara tem um certo poder financeiro e percebe que uma mulher se aproxima dele levada por essa informação, ele sabe muito bem o que fazer: pegar e chutar. Sim, ele tem a consciência que a gata quer usufruir de seu patrimônio. Tudo bem, pode usufruir, desde que ele use e logo em seguida descarte a mesma. O patrimônio do cara logo é reposto (muitas vezes precisa de muito pouco para conseguir usar), mas e como fica a gata? Isso mesmo, fica usada. A regra é clara, se o interesse predominar, certamente a relação não passará de um usando o outro temporariamente, pois isso não tem como dar certo.
E isso não ocorre só com o lado feminino. Muitos homens procuram mulheres ricas ou de família rica para colocar o burro na sombra. Esse cara certamente não tem um perfil canalha nato. É um engano clássico fazer isso, pois com certeza, da mesma forma com que um cara percebe que a gata é interesseira, a recíproca deve ser verdadeira. E novamente uma relação de interesse nasce fadada ao fracasso. Eu posso escrever isso com segurança pois já vi, e ainda vejo situações assim. Até mesmo no meu caso faço algumas reflexões para saber se não está acontecendo comigo. Cada vez mais aguço meu filtro para evitar ao máximo "amizades" e "relacionamentos" que fogem da verdadeira essência... a sinceridade.
Em linhas gerais, a partir do momento que esse ponto esclarecido, você vive melhor. Você sente que realmente as pessoas passam a ser sinceras com você. Em uma amizade isso é muito importante. Porém em um relacionamento isso passa a ser fundamental. Sem isso é provável que ele não dure muito tempo. os provérbios antigos podem parecer bestas, mas vêm regados de muita sabedoria. Já ouviram aquele que diz: "quando a crise entra pela porta, o amor sai pela janela"? Geralmente é isso que ocorre. E porque ocorre? Porque tudo começou com um jogo de interesses. Sendo assim, cada um faça sua escolha e veja aonde vai dar.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Topa Tudo Por Dinheiro
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Um comentário:
Hey, esse post está muito condizente com a realidade que presenciamos semanalmente nas baladas e é realmente interessante parar para pensar sobre isso, sobre a reação de quem paga e de quem abusa, enfim. Muito bom o blog, vários artigos interessantes e desse assino embaixo, com certeza! :)
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