Na vida de um verdadeiro canalha existem algumas coisas que são únicas. Por mais que os fatos sejam bastante parecidos com os que ocorrem com a grande maioria das pessoas, algumas peculiaridades são tão excêntricas que nada as paga. Desde o esquenta até a hora de dormir com o sol já radiante, uma noitada reserva situações pra lá de inusitadas. E nessa história toda uma situação se destaca: a finaleira da noite. Aquele momento que separam-se claramente os canalhas dos roscas. Onde exige-se muito espírito empreendedor para fazer um final de festa se tornar lucrativo. Mas como afirmei diversas vezes, só mesmo um canalha nato sabe como agir.
Vamos aos fatos do fim de noite!
Comecemos com uma visão histórica. Incontáveis foram as vezes que ao sair de casa por volta da meia noite escutei: "mas isso são horas de sair de casa? No meu tempo meia noite era hora de estar dormindo". Em outro momento, conversando com outra pessoa um pouco mais nova que esta, escutei: "Cara, no meu tempo a balada ia até no máximo quatro horas da manhã". Pois é, parece que o negócio virou várzea mesmo, tanto que toda a balada que se preze já deve trazer incluso um serviço de café da manhã. Se bem que nem teria graça... o que seria dos bêbados que rodam a cidade em busca do tão sonhado cachorro-quente matutino?
Mas falar de história é legal. Foi só pegar alguns tios em uma tarde de domingo regada a muita cerveja, que a verdade começou a sair. Reza a lenda que depois do baile era bastante comum que dois irmãos ou primos levassem duas irmãs para casa, visto o perigo de se andar à pé na noite do interior (entendo, totalmente perigoso). E reza a lenda que misteriosamente ao cruzar por algum arbusto, um casal desaparecia. O outro casal corria para procurar o primeiro, mas sempre erravam de arbusto. Misteriosamente algum tempo depois se encontravam. Já pensou se aqueles "matinhos" falassem? Realmente a fama do "fim de noite" já vêm de longa data.
Mas de volta aos dias atuais, posso afirmar que na noite muita coisa louca acontece. E sendo mais detalhista, é no fim da noite que realmente coisas até então inimagináveis se tornam realidade. Parando para pensar um pouco, nem é tão difícil de entender. Uma série de motivos permitem afirmar que é o momento propício dos "garranchos". Em primeiro lugar, você sabe que está nos 45 do segundo tempo. Ou as coisas acontecessem, ou "so sorry my friend", vai pra casa dormir. Depois disso elenco o fator álcool. Não estou falando do maníaco irresponsável que toma um trago e sai por aí dirigindo de forma suicida. Estou falando do fator alcoólico como facilitador de relações. Para não deixar quem não bebe de fora, empatado em segundo lugar cito o fator cansaço. Tanto físico quanto mental. Já vi muita gata bancando a difícil durante a noite toda, cortando mais que faca de frigorífico, mas que misteriosamente se entregou na finaleira. Méritos para o bom e velho canalha que foi vencendo no cansaço. Tem alguns amigos que chegam a deixar um "carreirinho" ao redor da moça de tanto que insistem. Outras moças simplesmente querem ir para casa... isso as vezes irrita.
Por esses poucos exemplos deu pra perceber que o fim de noite é mágico. Eu já passei por cada história, que se fosse contar com certeza faria um belo espetáculo de comédia misturado com romance. Quem sabe um sitcom a lá californication? Sim, pois não foi uma nem duas vezes que deitei na cama e fiquei rindo sozinho e pensando: "não, isso não aconteceu... que loucura velhinho!". E tomado pelo álcool cai em sono profundo. O legal mesmo é que no outro dia você acorda e não lembra de nada. São necessários trinta segundos para você se situar no planeta. E mais algumas horas e várias ligações para testemunhas oculares para juntar todos os fatos de uma forma cronológicamente exata. Mas sempre fica alguma coisa de fora.
O pior de tudo quando o fim de noite não tem fim. Sim, exatamente isso. Normalmente essa situação ocorre quando tudo dá certo para todos. Você se divertiu e seus amigos também. Logo todos ainda tem um pouco de adrenalina percorrendo as veias. Se um da turma foi cortado, perdeu a comanda, brigou com a namorada ou afins, possivelmente ele prefere não encarar a finaleira. Foje como uma choca véia e corre para o ninho. Porém, se todos resolvem enfrentar, perca total. Sim, pois o balaço que já está passando já é emendado em outro balaço matinal. A idéia de dormir já passa longe da cabeça. O lanche para curar ressaca vira um churrasco na casa de alguém. E quando menos se espera, a noite da lugar ao dia e o fim de noite foi vencido. Situações bem peculiares que posso muito bem afirmar... muita coisa acontece no fim da noite.
No fim da noite já me dei bem e já vi muito amigo canalha se dar mais do que bem. No fim da noite já me abracei com alguns parceiros e tomei todas até o sol nascer. No fim da noite já rodei a cidade procurando por mais festas e acabei em um boteco qualquer comendo para curar a ressaca. No fim da noite já vi alguns anti-canalha se rebelarem por motivos pífios, talvez levados pela frustração do fracasso somado a máguas profundas. No fim da noite já vi mulheres chorarem aos prantos pelos desafetos amorosos. No fim da noite já vi grupos de amigos se juntarem para momentos que talvez nunca mais voltem a acontecer. No fim da noite vi pessoas se despedirem e infelizmente nunca mais tornei a vê-las. No fim da noite vi pessoas pela primeira vez e felizmente fortaleci laços de amizade que perduram até hoje. No fim da noite presenciei momentos que vou levar comigo para a toda a vida, pois foram tão prazerosos e divertidos que posso afirmar: "serão inesquecíveis". Só mesmo quem já venceu uma finaleira para saber o quanto ela é única.
Finalizo bem ao meu estilo, citando parte de uma música muito tocada nos bailes da região: "Mas voltei, de volta estou nas madrugadas, igual a lua e a noite, que morrem sempre abraçadas..."
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Fim de Noite
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