sexta-feira, 16 de abril de 2010

Galo CInza Por Osmose

     Já de cara vou afirmando que o que vou escrever é catastrófico: é algo que acontece repetidas vezes e que me faz refletir: "poha Almir, não faz isso comigo". Escrevo pois ontem presenciei a cena bem na minha frente, mas confesso que já ocorreu comigo isso que irei comentar. Sabe que olhando de fora fica até engraçado? Vamos ao episódio...


Pra quem gosta dessa saga aí, tem tudo a ver. O piazão se esforça e o vampiro malandrão domina...


     A situação é clássica: o cara se prepara, faz firula, enrola, se ajeita, disfarça, deixa pra depois, e vai, e vem, até que em determinado momento da balada decide: é hora de partir para a abordagem de uma jovem. Cheio de muita educação e respeito, vai até a gata e disfere o arsenal de palavras bem montadas (ou nem tanto), a ponto de praticamente entrar na mente da menina (se bem que ultimamente me parece que andam cada vez mais arredias).

     E não é que o plano da certo? A guria está na tua, é só conversar mais um pouquinho, dançar, fazer alguma coisa legal ou engraçada e partir para o abraço. E não é que nesse exato momento coisas exotéricas acontecem? Sim, entra em cena o Galo Cinza por Osmose. Esclarecendo: em um breve relance de olhar a gata que você está trovando observa alguma coisa diferente no ambiente. Na maioria dos casos é um ex-namorado ou paquera recente. Simplesmente aquilo não é pescoço, mas mexe com a cabeça da guria. Subitamente as coisas mudam...

     Nesse estágio o rapaz que fez a abordagem e estava a um metro da linha de chegada ainda não percebeu que o motor ferveu. Na empolgação, geralmente faz duas coisas: pensa consigo mesmo que acertou o pulo, e comenta com um amigo próximo: "vou pegar véio". Ledo engano meu nobre canalha! Nesse momento a moça simplesmente fechou o espaço na mente que com muito esforço o galanteador havia conquistado. Não importa se você deu carona, trovou bonito, pagou bebida, teve a melhor performance da sua vida... nada importa! Tudo na mente dela remete a uma frase: "Ele está ali, e tá me olhando" (depois explico o que isso significa na nossa visão).

     Particularmente odeio quando isso acontece. É uam verdadeira fraude! Aí o cara que está ciente que o brike está armado vê seus planos irem por água (ou cerveja) abaixo. A gata para de te dar moral, começa a cortar as abordagens, corta o assunto, inventa cada desculpinha furada de dar dó, enfim, resumindo em poucas palavras, termina com a auto estima do "quase pegador". O cara fica sem entender e só depois que assimila os fatos: "ah, ela viu o fulano". De posse desse conhecimento tardio o canalha tenta seguir sua noitada, o que não é lá muito fácil, acabando em outro porre fenomenal.

     Me desculpem a sinceridade, mas fazer isso é meio que praticamente ridículo, sem controversas. Sim, pois ao mesmo tempo que você fez um potencial futuro esquema ficar "p" da vida com você, também não percebeu o real motivo do cara estar te cuidando: "Opa, opa, opa, estão dando pedradas na minha pombinha. Vou marcar território e observar o que vai acontecer. Mesmo eu não querendo ficar com ela tenho que pelo menos dificultar a vida do cidadão ali que tá trovando ela". Esse é o pensamento, nada mais. E sem falar uma palavra ou qualquer abordagem, o cara se transforma no Galo Cinza, mesmo que por osmose. Confesso que essa é uma situação muito cômoda e prazerosa para o Galo. O cara sai vencedor do duelo psicológico envolvendo ele, a gata, e o trovador.

     Finalizando, provavelmente depois dos fatos o Galo Cinza faz o que quiser. Ele já sabe que a guria cortou o outro por causa dele. Aí vai dele escolher: ou pega, ou se tiver outro esquema usa da desculpa "você tava dando moral pra outro". Em ambos os casos consegue sair vencedor! É amigos, eis a realidade nua e crua...

Um comentário:

Unknown disse...

Báaa..muito bom..na verdade real neh, sao todos assim mesmo!